30/06/2025
Construir produtos relevantes para o sistema de saúde vai muito além de uma boa ideia. A missão envolve compreender realidades complexas, lidar com diferentes interesses e propor soluções que gerem valor.
Veja como empreendedores de healthtechs podem criar soluções efetivas, da dor inicial à entrega de impacto real.
Antes de qualquer protótipo, é essencial mergulhar na realidade de quem vive os desafios na prática; isto é, pacientes, médicos, gestores e operadoras.
Thomas Troian, Head de Inovação e Consultoria do Hospital Moinhos de Vento, destacou no podcast do Vibee que a saúde é:
“Um setor formado por múltiplos atores, e o grande primeiro ponto é entender que são desafios multifacetados. Eles geralmente não são desafios simples, porque interagem com múltiplos atores — que, por vezes, têm interesses divergentes”.
Portanto, um bom produto nasce de uma dor nítida, comum e relevante para esse ambiente. Alguns passos o ajudarão neste entendimento:
Conversar com quem sente na pele os problemas revela oportunidades reais. Investigar esse contexto de forma realista ajuda a evitar soluções rasas ou desconectadas da prática clínica.
Cada região do país tem desafios próprios. Entender a atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e das secretarias de saúde evita surpresas no meio do caminho. Um produto viável precisa ser adaptável e juridicamente sustentável.
O Sistema Único de Saúde (SUS) concentra a maior parte dos atendimentos no país, mas opera sob lógicas distintas das operadoras privadas. Entender essa divisão ajuda a posicionar melhor a solução, seja com foco em eficiência assistencial, custo, desfecho ou experiência do paciente.
Não basta acreditar que a ideia é boa: é preciso comprová-la. Nesse sentido, validar hipóteses reduz riscos, evita desperdícios e aumenta as chances de desenvolver um produto viável.
Um protótipo precisa ir além da aparência. Ele deve validar a usabilidade, testando se a solução funciona de forma intuitiva, se o usuário entende o fluxo e se consegue executar suas tarefas com eficiência. Isso evita retrabalhos e acelera a aceitação no dia a dia.
Levar o produto mínimo viável (MVP) para hospitais, clínicas ou operadoras parceiras permite observar como a solução se comporta na prática. Rodar um piloto com escopo, indicadores e tempo gera dados realistas sobre viabilidade, impacto e oportunidades de melhoria.
Vale destacar que cada público envolvido enxerga valor por ângulos diferentes. Por isso, ouvir esses grupos é essencial para validar ou ajustar a proposta com base em critérios reais.
Depois da validação, o próximo passo é aprofundar o desenvolvimento com foco em valor real para o cliente. Uma solução em saúde deve ser mais do que funcional, precisa ser segura, adaptável e integrada ao dia a dia das instituições. Isso envolve requisitos técnicos, regulatórios e humanos.
Veja os pilares que sustentam um produto sólido e preparado para crescer nesse ambiente:
Dessa maneira, uma solução precisa equilibrar tecnologia, regulação e experiência do usuário. Construir produtos na saúde com base nesses quatro pilares aumenta a aderência, cria diferenciação no mercado e fortalece a proposta de valor diante dos tomadores de decisão.
Ninguém constrói um produto de saúde de forma isolada. Para que a solução seja viável e bem aceita, é essencial envolver diferentes atores do ecossistema desde os primeiros passos. Mas como fazer isso na prática? Confira dicas!
Médicos, enfermeiros, gestores e técnicos são os principais usuários e influenciadores dentro das instituições. Co-criar com esses profissionais ajuda a validar fluxos, priorizar funcionalidades e adaptar o produto à prática clínica.
Ao longo do desenvolvimento, o diálogo com aceleradoras, centros de inovação e órgãos reguladores é fundamental. Essas instituições ajudam a entender exigências legais, ampliar a visibilidade e conectar com oportunidades reais de validação e distribuição.
Trabalhar em ciclos curtos, com entregas frequentes e testes constantes, é ideal para o ambiente de saúde, onde a realidade muda rápido e os desafios são complexos. A abordagem ágil favorece a escuta ativa dos stakeholders e permite ajustes dinâmicos conforme o produto evolui.
Depois da validação, o lançamento precisa ser cuidadoso, orientado por dados e sustentado por estratégias claras. Crescer com consistência envolve mostrar valor desde o início, escolher o caminho de entrada certo e manter a evolução constante.
Veja os três pilares para estruturar esse processo:
Criar soluções para o sistema de saúde exige mais do que inovação: requer escuta, estratégia, segurança e entrega de valor real. Produtos relevantes surgem quando há compreensão profunda do problema, validação contínua, desenvolvimento colaborativo e foco em resultados mensuráveis.
Quer se aprofundar sobre esse tema? Então, confira na íntegra a live com Rafael Zanatta, Head do Vibee Unimed, e Thomas Troian:
Categoria: VIBEE UNIMED
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