20/10/2025
O dia da inovação, celebrado em 19 de outubro, convida o ecossistema de saúde e tecnologia a refletir sobre como transformar boas ideias em resultados reais. Mais do que uma data comemorativa, o momento inspira founders, investidores e profissionais do setor a revisitar práticas, eliminar armadilhas e enxergar a inovação como um processo contínuo de aprendizado e evolução.
O amadurecimento das empresas brasileiras mostra que o foco da inovação deixou de ser o “porquê” e passou a ser o “como”. E no 30º Episódio do Vibee Podcast, Felipe Ost Scherer, co-founder da Innoscience e especialista em inovação corporativa, conversa com Rafael Zanatta sobre o tema.
O dia da inovação simboliza o avanço da mentalidade inovadora dentro das empresas e das instituições. No passado, inovar era um tema restrito a poucos setores. Hoje, tornou-se prioridade para startups de saúde que buscam escalar soluções, atrair investimentos e gerar impacto social.
Felipe Scherer destaca que a maturidade da inovação cresceu porque as empresas passaram a enxergar o processo como um ciclo contínuo. Cada tentativa — bem-sucedida ou não — fortalece a competência organizacional e amplia a capacidade de adaptação.
Inovar de forma consistente exige método, intencionalidade e alinhamento estratégico. As boas práticas mostram que inovação não é improviso: é diagnóstico, escolha e execução disciplinada.
Toda iniciativa precisa nascer de um diagnóstico claro. Assim como um médico não receita sem entender o problema, a empresa deve compreender suas dores e objetivos antes de investir em inovação. Essa clareza evita soluções genéricas e direciona esforços para desafios reais do negócio — sejam eles tecnológicos, operacionais ou culturais.
A seleção dos desafios que entram no funil de inovação determina a relevância do programa. Projetos superficiais ou desvinculados da estratégia acabam engolidos pela rotina. Mas quando o problema é bem escolhido, o engajamento cresce e os resultados se tornam tangíveis.
Outro ponto-chave é a escolha das pessoas. Projetos de inovação envolvem incertezas e exigem perfis exploradores, abertos ao aprendizado e capazes de lidar com a ambiguidade. Ter equipes diversas amplia a visão e melhora as decisões.
Ao longo dos anos, muitas empresas criaram programas de inovação apenas para cumprir protocolos. No entanto, a inovação que transforma negócios é a que nasce da intenção genuína de resolver problemas e gerar valor.
Tratar a inovação como obrigação é uma das principais armadilhas. Isso ocorre quando a organização cria programas apenas para “parecer inovadora”, sem compreender por que o faz. O resultado é um processo sem engajamento, que desgasta equipes e frustra startups parceiras.
Segundo Felipe Scherer, a inovação deve sempre responder à pergunta “por quê?”. Sem essa conexão, ela se torna cosmética — e não estratégica.
Outra falha comum é encerrar o processo logo após o piloto. A inovação exige continuidade: testar, aprender e aprimorar. Empresas que não se preparam para a etapa pós-experimento — integração de soluções, escala e alinhamento com a TI — acabam desperdiçando bons projetos.
A inteligência artificial (IA) representa uma nova fronteira para a inovação corporativa — especialmente no setor da saúde, onde o volume de dados e a demanda por precisão são altos. No entanto, a IA deve ser aplicada a problemas reais, não usada apenas por modismo.
As organizações que colhem bons resultados com IA são as que começam com uma pergunta simples: “qual problema queremos resolver?”. Em vez de forçar a tecnologia, elas analisam seus processos, identificam gargalos e aplicam a IA para gerar ganhos mensuráveis — como produtividade, qualidade no atendimento ou redução de custos.
A adoção da IA envolve duas dimensões: individual e organizacional. No nível individual, as pessoas já usam a tecnologia para revisar textos, responder e-mails ou resumir documentos, por exemplo. No nível organizacional, o desafio é mais profundo: repensar fluxos, funções e métodos de trabalho.
A maturidade organizacional, construída por meio de ciclos anteriores de inovação, define o sucesso da adoção da IA. Empresas acostumadas a testar e adaptar novas tecnologias aprendem mais rápido e erram menos.
Para startups de saúde, a IA abre caminhos promissores: diagnósticos mais rápidos, triagens automatizadas, análise de imagens médicas e suporte à decisão clínica. No entanto, o foco deve permanecer nas necessidades do paciente e do sistema de saúde, não apenas na tecnologia.
A IA é valiosa quando acelera o que antes era impossível — não apenas quando faz o mesmo processo de forma mais rápida.
Mais do que adotar novas tecnologias, inovar é criar uma cultura capaz de sustentar a mudança. Isso exige tempo, consistência e comprometimento coletivo.
Rafael destaca que ainda hoje a cultura da inovação é um desafio. Contudo, ela não é decretada, mas construída. A transformação cultural acontece quando a empresa dá continuidade às iniciativas, reconhece erros e incentiva o aprendizado.
O Dia da Inovação é um lembrete de que o progresso não acontece por acaso. Ele nasce da combinação entre propósito, disciplina e curiosidade.
Para founders de startups de saúde, o recado é claro: inovar é agir com consciência, validando hipóteses, testando soluções e aprendendo continuamente.
A inovação não termina quando o piloto acaba — ela começa ali. A cada ciclo, novas ideias ganham forma, novos erros geram aprendizado e novas soluções impactam vidas.
Esse é o verdadeiro sentido de celebrar o dia da inovação: olhar para o futuro com mente aberta, disposição para o novo e coragem para transformar o que ainda pode evoluir.
Quer continuar esse papo? Então, veja o episódio completo do Vibee Podcast:
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