11/08/2025
A inovação aberta na saúde tem ganhado espaço como um caminho promissor para enfrentar os desafios complexos do setor. Em vez de depender apenas de pesquisas internas, hospitais, universidades e startups vêm unindo forças para acelerar descobertas, desenvolver tecnologias viáveis e impactar diretamente a vida de pacientes. Esse movimento rompe barreiras tradicionais e fortalece a colaboração entre os diferentes atores do ecossistema de saúde.
A inovação aberta no contexto da saúde consiste em construir soluções de forma colaborativa, conectando instituições públicas e privadas, startups, fundos de investimento e centros de pesquisa. O objetivo não é terceirizar a inovação, mas integrá-la a partir da troca de conhecimentos e do uso inteligente de recursos externos.
Quando hospitais atuam em rede com universidades e startups, a saúde deixa de operar de forma isolada e começa a gerar conhecimento aplicado. Essa conexão pode acelerar pesquisas que, sozinhas, levariam anos para serem testadas e implementadas.
Ao envolver múltiplos elos do ecossistema, esse modelo rompe obstáculos regulatórios, financeiros e culturais. Startups trazem agilidade; hospitais oferecem capilaridade e dados reais; universidades contribuem com rigor científico; e investidores viabilizam o desenvolvimento.
Diversas frentes têm sido impactadas por essa nova lógica, com destaque para a saúde digital, medical devices e a prevenção de doenças. Confira!
Aplicativos, plataformas de monitoramento remoto, wearables e dispositivos inteligentes são apenas alguns exemplos de como a inovação aberta amplia o acesso e melhora o acompanhamento da saúde, especialmente em contextos de atenção primária.
Aceleradoras e centros de inovação conseguem integrar startups a ensaios clínicos ou projetos científicos, reduzindo o tempo de validação e tornando os resultados mais aplicáveis ao cotidiano da saúde pública e privada.
No Arena, centro de inovação do Hospital do Amor, o trabalho com inovação aberta é estruturado em ciclos— como contou Guilherme Sanchez, Gerente de Inovação do Harena, ao Vibee Podcast #27.
Em uma conversa com Rafael Zanatta — Head no Hub de Inovação Vibee Unimed, Guilherme contou que a equipe divulga desafios reais, seleciona startups com prontidão tecnológica e, juntas, elas desenvolvem provas de conceito em larga escala.
Inovar em saúde não é como testar um app de entregas. Afinal, erros podem comprometer vidas. Por isso, a inovação aqui precisa de critérios rigorosos e senso de responsabilidade.
Nessa área, a velocidade é importante, mas não pode atropelar a ética, a segurança nem os processos regulatórios. Por isso, os pilotos devem ser controlados, documentados e monitorados por equipes multidisciplinares.
Fracassos também fazem parte da inovação. A chave está em aprender com eles, ajustar rotas e seguir em frente. Como contou Sanches, ele próprio viveu o sucesso e o insucesso ao empreender — e ambos foram importantes para sua atuação atual.
Inovar em um país com tantas desigualdades exige sensibilidade, adaptação e compreensão das limitações locais.
No início de um piloto, muitos profissionais desconhecem conceitos básicos do universo das startups. Termos como “MVP” podem gerar confusão, como destacou Guilherme. Por isso, alinhar expectativas, formar equipes e criar pontes de entendimento é essencial.
Validar uma solução é só parte do caminho. Viabilizar economicamente sua adoção exige planejamento e compreensão das regras de compra e custeio. Para Sanchez: “Não adianta eu ter uma solução que resolva um problema, eu preciso buscar uma resposta de como eu vou financiar aquele produto dentro do meu cliente”.
O Gerente de Inovação do Hospital do Amor traz ainda dados que demonstram o desafio da adoção da tecnologia no Harena: mais de 11% dos pacientes atendidos pelo Hospital do Amor são analfabetos. Em algumas regiões, o atendimento ainda depende de fichas em papel. Isso mostra que desenvolver uma solução tecnológica não basta: ela precisa fazer sentido no dia a dia do usuário final.
O futuro da saúde será moldado por tecnologias emergentes, mas também por uma mentalidade aberta à colaboração. Veja algumas tendências:
Dados estruturados e confiáveis serão a base para personalização do cuidado, previsibilidade de demandas e maior eficiência operacional. Mas ainda há um longo caminho até que isso se torne realidade para todos.
Ferramentas de IA já auxiliam diagnósticos, preveem riscos e otimizam rotinas clínicas. A interoperabilidade, por sua vez, garante que dados circulem com segurança entre sistemas distintos, favorecendo a continuidade do cuidado.
Cada vez mais, empresas, hospitais, universidades e investidores entendem que inovação não se faz isoladamente. A tendência é ver parcerias mais estruturadas, com foco em resultados e impacto social.
O episódio do podcast da Vibee oferece aprendizados valiosos para quem atua ou deseja atuar com inovação em saúde. Entre eles, destacamos:
Não basta desenvolver algo que funcione em um único hospital. As soluções precisam ser desenhadas para escalar — e isso exige ouvir diferentes realidades, testar em ambientes diversos e adaptar sempre que necessário.
Cada instituição precisa ter clareza sobre onde quer inovar, por quê e com quem. Sem esse direcionamento, é fácil se perder em ideias boas, mas desconectadas da estratégia institucional.
O que funciona no Hospital do Amor pode não servir para outra instituição. Inovar é, antes de tudo, interpretar o próprio contexto, criar processos adequados e testar com responsabilidade.
A inovação aberta na saúde representa mais do que um novo modelo de colaboração: é uma resposta concreta aos desafios complexos de um setor que impacta milhões de vidas.
Construir soluções em conjunto, com base em escuta, evidências e conexões humanas, é o caminho para transformar realidades e gerar valor onde ele mais importa — no cuidado às pessoas.
Quer saber mais? Assista o episódio completo!
Categoria: VIBEE UNIMED
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