06/11/2025
O setor de saúde vive um dos períodos mais transformadores da sua história. Avanços tecnológicos, novas mentalidades de gestão e a valorização da experiência humana estão moldando um ecossistema mais ágil, conectado e centrado nas pessoas.
As inovações que antes pareciam parte de um futuro distante hoje já fazem parte do presente: inteligência artificial, cirurgia robótica, cuidado domiciliar e cultura de inovação estão mudando a forma como o cuidado acontece, e como as instituições enxergam o próprio papel no processo.
Falar em “futuro da saúde” não significa tratar de algo abstrato. Muitas das tecnologias que impulsionam o setor já estão em uso e se aperfeiçoam diariamente.
O conceito de “presente esticado”, mencionado por especialistas em inovação, traduz essa ideia: o que considerávamos futurista há poucos anos agora se tornou cotidiano.
No 31º episódio do Vibee Podcast, Carolline Andresi, líder de inovação da Unimed do Brasil, destaca que o grande desafio é manter atenção aos sinais do mercado e entender como cada avanço pode se tornar parte do dia a dia. O foco está menos em prever tendências e mais em interpretá-las de forma prática e responsável.
A inteligência artificial (IA) deixou de ser uma promessa distante para se tornar uma das maiores aliadas do setor.
Carolline ressalta que: “a IA não é um tema novo”, mas agora evoluiu para um nível em que realmente apoia o diagnóstico, o tratamento e a gestão de dados em larga escala.
Com o uso crescente de modelos preditivos e análise de dados clínicos, instituições conseguem cruzar informações, reduzir erros e antecipar riscos. Essa capacidade de processar grandes volumes de dados transforma o modo como médicos e equipes tomam decisões.
Rafael Zanatta, Head no Hub de Inovação Vibee Unimed, observa que a IA também abre espaço para uma saúde personalizada, adaptada às necessidades individuais.
Entre as inovações de maior impacto está a cirurgia robótica, que amplia o acesso a procedimentos complexos e reduz barreiras geográficas.
Durante um evento recente da Unimed, foi realizada uma telecirurgia em que o médico cirurgião estava em João Pessoa e o paciente, em Curitiba — separados por mais de 3 mil quilômetros.
O feito mostra como a tecnologia pode democratizar o acesso à saúde, sobretudo em regiões onde faltam especialistas.
Como ressalta Carolline, não se trata de luxo ou modernidade pela modernidade, mas de garantir acesso equitativo. A robótica, aliada à conectividade, cria condições para que o atendimento chegue onde antes era inviável.
Outro eixo de transformação é o cuidado dentro de casa. A tendência de adaptar o ambiente doméstico para o monitoramento contínuo dos pacientes redefine o conceito de assistência.
Segundo Carolline, “não estamos falando de home care tradicional, e sim de preparar a casa para acompanhar a longevidade”. Isso inclui câmeras termográficas, sensores de queda e dispositivos móveis que registram dados em tempo real.
Além das tecnologias, o avanço da saúde passa por uma mudança cultural profunda. A inovação não depende apenas de investimento, mas de mentalidade experimental e abertura para aprender com os erros.
É preciso equilibrar tradição e ousadia — uma prática conhecida como ambidestria organizacional. Para a líder de inovação da Unimed do Brasil: “O tradicional e o seguro vão continuar existindo, mas precisamos criar ambientes onde seja possível testar e arriscar”, afirmou.
A inovação na saúde também depende de colaboração entre empresas, startups e profissionais com diferentes expertises. No ecossistema Unimed, esse relacionamento vem sendo fortalecido com programas que estimulam a conexão e o aprendizado conjunto.
Carol menciona o projeto Sinergia, que reuniu 11 empresas do sistema Unimed e gerou cinco soluções especialistas. “Talvez eu não tinha orçamento para inovar, mas eu ganhei em eficiência operacional”, explicou. O resultado foi redução de custos administrativos e aumento da capacidade de testar novas soluções.
Por mais que a tecnologia ocupe o centro das atenções, a inovação em saúde é, acima de tudo, sobre pessoas. São os profissionais, pacientes e líderes que fazem as ideias acontecerem. “Quem tem o problema é quem consegue resolver”, afirma Carol.
A área de inovação deve atuar como facilitadora, conectando times e criando metodologias para transformar ideias em resultados.
Dentro dessa visão, a Unimed criou o programa Acelera, voltado à capacitação de colaboradores para identificar oportunidades e propor soluções criativas.
O objetivo, segundo Carol, não é apenas formar empreendedores, mas desenvolver profissionais capazes de resolver problemas de forma estruturada e consistente.
O colaborador aprende a mapear dores, validar hipóteses, prototipar e apresentar o resultado à liderança. Essa postura incentiva o protagonismo e a autonomia, fortalecendo uma cultura de inovação de dentro para fora.
O mesmo princípio orienta o Inovar, programa interno do Vibee, que estimula o surgimento de ideias em todas as áreas. Rafael explica que a proposta é “capacitar as pessoas que estão na ponta para perceber o problema e pensar em soluções viáveis”.
A inovação não acontece apenas em grandes saltos tecnológicos. Muitas vezes, ela nasce de pequenas melhorias que, somadas, produzem mudanças significativas. Carol reforça essa ideia ao dizer que “a sensibilidade de melhoria contínua já é um grande ganho”.
Rafa complementa: “o grande segredo de empresas que perduram, na grande maioria dos casos, é aquela que foi se adaptando.” Esses ajustes diários mantêm as empresas relevantes e preparadas para se adaptar; algo essencial em um setor tão dinâmico quanto o da saúde.
A soma de tecnologia, cultura e colaboração desenha um cenário em que a saúde se torna mais inteligente e próxima das pessoas.
A inteligência artificial amplia a capacidade de análise; a robótica leva o cuidado a lugares antes inacessíveis; o cuidado domiciliar reforça o conforto e a prevenção; e a cultura de inovação garante que o aprendizado nunca pare.
O futuro da saúde, portanto, já começou — e está sendo construído agora, por quem decide enxergar oportunidade onde antes só havia rotina.
Quer saber mais sobre esse papo de inovação? Assista agora o episódio completo do Vibee Podcast:
Categoria: VIBEE UNIMED
Todos os direitos reservados à Unimed VTRP.