A impressão 3D na saúde vem ganhando cada vez mais espaço no mercado. A tecnologia gera novas possibilidades, com componentes produzidos sob demanda e com alto grau de personalização. 

Uma área como essa pode gerar muitas dúvidas. E são elas que vamos sanar neste conteúdo. Rafael Zanatta, Head no Hub de Inovação Vibee Unimed, recebeu Hebert Costa, CPO & Founder da Fix it, para uma conversa sobre o assunto.

Confira, então, as principais perguntas e respostas sobre impressão 3D na saúde!

O que é impressão 3D na saúde?

A impressão 3D, ou manufatura aditiva, é a tecnologia capaz de transformar arquivos digitais em objetos tridimensionais. Em vez de cortar ou moldar materiais, o equipamento imprime camada por camada, gerando peças com alta precisão. Isso abriu caminho para novas soluções em ortopedia, odontologia, reabilitação, entre outras especialidades.

Qual a diferença entre impressão 3D e métodos tradicionais?

De modo geral, podemos definir as principais diferenças como:

• Menor desperdício de material;
• Capacidade de personalização sob medida;
• Redução de tempo entre projeto e produto final;
• Logística digitalizada (o arquivo é enviado, não o produto físico).

Quais são os principais benefícios da impressão 3D na saúde?

A adoção da impressão 3D em ambientes clínicos ou hospitalares pode gerar ganhos relevantes para todos os envolvidos: paciente, profissional e instituição. Veja detalhes!

Reduz desperdícios e faz uso sustentável de materiais

Ao utilizar apenas o material necessário para cada peça, o processo é muito mais eficiente em termos ambientais. Em vez de gerar sobras que precisam de descarte adequado, a impressão 3D elimina a maioria dos rejeitos. O uso de plásticos biodegradáveis, como o PLA, é outro diferencial.

Melhora o conforto do paciente

O design individualizado favorece soluções mais eficazes e confortáveis. Essa característica se traduz em menor desconforto, mais liberdade de movimento e melhor adesão ao tratamento. Crianças, idosos e pessoas com limitações motoras são especialmente beneficiadas.

Acelera o desenvolvimento de soluções na saúde

Com uma impressora 3D, é possível projetar, testar e ajustar um produto em questão de horas. Em contextos que demandam respostas rápidas, como emergências, essa velocidade é um diferencial estratégico.

Quais são as aplicações mais promissoras da impressão 3D na saúde?

Startups da área médica têm explorado variadas possibilidades com a impressão 3D. Conheça os principais caminhos!

Órteses e próteses

Esse é um dos campos mais avançados no uso da impressão 3D. Soluções como as desenvolvidas pela Fixit, por exemplo, substituem o gesso tradicional por órteses leves, respiráveis, resistentes à água e hipoalergênicas. 

Planejamento cirúrgico

Médicos podem imprimir réplicas 3D de órgãos e estruturas ósseas com base em exames de imagem. A execução auxilia na preparação pré-cirúrgica, reduz erros, encurta o tempo de operação e melhora o resultado clínico.

Dispositivos médicos impressos sob demanda

Guias cirúrgicos para procedimentos odontológicos e ortopédicos; adaptadores e conectores para equipamentos; e dispositivos temporários para reabilitação são exemplos do que pode ser feito de acordo com a demanda.

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Por que a impressão 3D é uma aliada para startups da saúde?

Para empreendedores, a impressão 3D oferece um ecossistema flexível, escalável e centrado na resolução de problemas reais. 

Com o uso de impressoras 3D, é possível testar múltiplas ideias em curto prazo e com menor custo. Essa característica acelera ciclos de desenvolvimento, favorecendo ajustes antes de qualquer investimento elevado em moldes ou produção em escala.

Além disso, startups podem operar de forma remota, oferecendo arquivos digitais para que franqueados, parceiros ou clínicas imprimam localmente. A logística física é substituída por fluxos digitais, otimizando custos e tempo de entrega.

Podemos dizer ainda que a impressão 3D pode colaborar para a inovação centrada no paciente e na eficiência clínica. Ela também possibilita o alinhamento com diretrizes ESG (ambientais e sociais) e o desenvolvimento de produtos baseados em dados de uso real.

Quais os desafios para escalar soluções com impressão 3D na saúde?

Nem todo cenário é favorável logo de início. Assim, a adoção da tecnologia na saúde exige a superação de barreiras regulatórias, culturais e operacionais. Confira mais informações sobre esses aspectos desafiadores!

Como validar produtos baseados em impressão 3D?

Mesmo com um produto promissor, é preciso demonstrar sua eficácia por meio de estudos, testes clínicos e aprovação de especialistas. Esse processo pode levar meses — até anos —, mas é essencial para garantir credibilidade e segurança.

Quais são as exigências regulatórias para dispositivos impressos?

Essencialmente, as startups da saúde que desejam operar com impressão 3D devem:

• Definir a categoria do produto (dispositivo médico, acessório ou prótese, por exemplo);
• Seguir normas técnicas e regulatórias específicas;
• Obter certificados e registros obrigatórios.

Como aumentar a adoção da tecnologia na rotina da saúde?

Ainda há resistência às novidades, sobretudo em um setor pautado pelo “padrão ouro”. Assim, healthtechs precisam investir em formação, demonstração e construção de relações com quem está na linha de frente.

O que a história da Fix it ensina sobre inovação com impressão 3D?

A startup Fix it exemplifica bem o potencial da impressão 3D aplicada à ortopedia. Seu produto, uma órtese impressa para substituição do gesso, nasceu da dor real de pacientes e passou por um longo processo de validação.

O desconforto, o peso e a falta de praticidade do gesso tradicional motivaram o desenvolvimento de uma alternativa mais leve, respirável e higiênica. A ideia inicial partiu de um protótipo de prótese e foi ajustada com apoio de profissionais da saúde.

A Fix it testou e refinou suas órteses em parceria com ortopedistas, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Foram quatro versões até chegar ao modelo validado, com testes clínicos e estudos publicados.

Para ganhar escala, a startup:

• Iniciou com vendas diretas e moldes plásticos;
• Migrou para impressão 3D descentralizada via franquias;
• Transformou produtos físicos em soluções digitais.

Hebert afirma que “Com a Fix it, esse conforto que a gente promove com o nosso produto, a gente alivia não só o paciente, mas também o lado do profissional, do hospital, da clínica”.

O futuro da saúde passa pela impressão 3D

A impressão 3D rompe barreiras do modelo tradicional e amplia as possibilidades de cuidado centrado no paciente. Ela viabiliza soluções personalizadas, ágeis, sustentáveis e escaláveis. 

Para startups, a tecnologia representa uma via de inovação com impacto direto na experiência clínica. Ao olhar para o futuro da saúde, não há dúvidas: a impressão 3D está nessa transformação.

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