O papel das healtechs na economia prateada

09/11/2023

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que a população na terceira idade deverá duplicar até 2050, ultrapassando 1,5 bilhão de pessoas. A crescente economia prateada já é formada por um extenso mercado nos dias de hoje, com necessidades particulares que precisam ser observadas pelas empresas. 

Nesse sentido, as health techs têm uma importante função: atender a demandas específicas do público com mais de 60 anos. O caminho é permeado por desafios, mas as estratégias certas ajudam as startups a encontrar o sucesso. 

Relembrando: o que é economia prateada?

Economia prateada refere-se ao segmento econômico voltado para as necessidades e desejos da população idosa. O nicho abrange produtos e serviços destinados a atender o público com idade superior a 60 anos.  

Qual é o papel das health techs na economia prateada?

O nicho dos 60+ está se tornando um campo de oportunidades para startups da área da saúde. Dessa maneira, empresas de tecnologia desempenham um papel importante nesse cenário, promovendo evoluções significativas ao setor. A seguir, você confere detalhes!

Acompanhamento das tendências demográficas e atendimento de necessidades emergentes

O envelhecimento da população é uma realidade global. Previsões apontam para um aumento expressivo no número da população idosa, como visto, destacando o segmento como um mercado em expansão. 

Portanto, as health techs têm a missão de criar soluções para atender às demandas dos idosos. Elas incluem não apenas cuidados de saúde, mas também bem-estar, qualidade de vida e conveniências para esses indivíduos.

Promover a inovação na saúde e bem-estar

As startups estão na vanguarda da transformação digital. Assim, elas são capazes de desenvolver sistemas e dispositivos que abordam desafios enfrentados pelos idosos. Entre as soluções, podem ser mencionadas:

  • Softwares as a Medical Service (SaMD);
  • Aplicativos de telemedicina;
  • Hardwares;
  • Plataformas de gerenciamento de medicação;
  • Tecnologia assistiva;
  • Terapias digitais;
  • Entre outros. 

Essas inovações têm potencial para melhorar a qualidade de vida dos idosos e ampliar a sua longevidade (isto é, a manutenção da saúde à medida que os anos passam).

Prevenção e redução de custos

Uma das principais mudanças que as health techs trazem para a economia prateada é a ênfase na prevenção em vez de tratamento

Tradicionalmente, o sistema de saúde está focado em reagir a problemas de saúde, o que resulta em custos elevados. Agora, graças a tecnologias avançadas, é possível identificar e tratar questões de saúde preventivamente. 

Derick Bezerra, Founder e CEO da Benvo, exemplificou essa economia ao Vibee Podcast. Ele cita o caso de idosos que, devido ao uso de fraldas geriátricas, desenvolvem infecção urinária. O tratamento hospitalar pode custar por volta de R$80 mil, segundo Bezerra. Com prevenção, no entanto, os custos podem ser inferiores a R$200.

Desse modo, exames regulares e o monitoramento contínuo permitem a detecção precoce de problemas. Tal ação, por sua vez, pode reduzir gastos e melhorar a qualidade de vida dos idosos assistidos.

Quais são os desafios das startups nesse mercado?

As health techs ligadas ao bem-estar dos idosos enfrentam diversos obstáculos. Logo abaixo, você conhecerá esses desafios e estratégias para superá-los.

1. Complexidade do setor

O setor de saúde é, naturalmente, regulamentado e complexo. Então, startups enfrentam barreiras regulatórias e burocráticas que podem dificultar o desenvolvimento e a implementação de soluções inovadoras. Para superar isso, conte com assessoria de profissionais de saúde e consultores jurídicos especializados para adequar-se ao ambiente regulatório.

2. Aceitação do mercado

Convencer instituições de cuidados com idosos a adotar novas tecnologias pode ser um desafio. Muitas vezes, os profissionais e pacientes são resistentes a mudanças. Portanto, educação sobre os benefícios das ofertas é fundamental, bem como parcerias com líderes de opinião na área da saúde.

3. Diversidade das necessidades dos 60+

Pessoas com idade acima de 60 anos têm necessidades variadas, desde cuidados médicos até apoio emocional. Então, as startups precisam desenvolver soluções que sejam flexíveis e personalizadas para atender a uma ampla gama de necessidades.

4. Escassez de recursos financeiros

Iniciar e escalar um negócio na área de saúde requer investimento substancial em pesquisa, desenvolvimento e aquisição de clientes. Portanto, é essencial buscar financiamento de investidores, fundos de capital e programas de aceleração — como os oferecidos pelo Vibee.

5. Segurança de dados e privacidade

O manuseio de informações de saúde é sensível e sujeito a regulamentações rígidas. As startups devem investir em segurança de dados e garantir que estão em conformidade com as leis de proteção de dados, como o LGPD.

6. Integração com sistemas de saúde

Muitas soluções desenvolvidas por health techs precisam ser integradas com sistemas de saúde existentes. Isso pode ser um desafio técnico e logístico, mas é vital para garantir a continuidade do atendimento e o compartilhamento de informações.

7. Educação do público

A conscientização sobre softwares, aplicações e dispositivos médicos é muitas vezes baixa entre os idosos e suas famílias. Nesse sentido, startups devem desenvolver estratégias para educar o público sobre os seus produtos e serviços.

8. Medição de impacto

Por fim, demonstrar o efeito positivo das soluções de saúde é essencial para atrair investidores e ganhar a confiança das instituições. A coleta de dados e a análise dos resultados é fundamental para tal efeito.

Desse modo, a economia prateada apresenta-se como uma grande oportunidade para as health techs. O mercado ainda tem muito a ser explorado e novas soluções para o nicho podem ter um impacto significativo na vida de muitas pessoas. 

Quer saber mais sobre o setor? Então, ouça agora o Vibee Podcast: Healtechs e a economia prateada!

Categoria: VIBEE UNIMED

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